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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Nascer para a vida

Segunda-feira fui para casa do meu padrinho e por lá fiquei até à noite. E ainda bem que assim foi porque assisti a uma coisa que nunca antes tinha visto.

Ele tem uma gata, gata essa que andava cheia. E não é que segunda-feira, à meia-noite, deu mius de desespero  e, quando chegamos à beira dela, já estava a começar a ter os gatinhos?

Ele olhava para nós e miava, com aqueles olhinhos suplicantes. Ela contorcia-se com as dores. Ela revirava-se sem saber como se pôr.
Mas o primeiro gatinho lá saiu, e ela lambeu-o como se fosse o seu tesouro e tivesse que o ter bem limpo e a brilhar. Ele era tão pequenino... E miava, e queria mamar... Foi uma coisa linda de se ver!
Até aqui, tudo bem. O pior foi quando a placenta saiu, aquela coisa cheia de sangue. Ela corta o cordão umbilical e depois come aquilo! Essa parte foi tão, mas tão nojenta....
Depois agarrou no gatinho (ela foi para cima da passadeira ter o gatinho) e levou-o para a sua caminha. Passado um bocado começa de novo a ter contracções e a miar. Lá se levanta, vai de novo para cima da passadeira, a contorcer-se, a miar, a olhar-nos de olhar suplicante... E lá saiu o segundo. Maior que o primeiro, e todo branquinho.

Depois vim embora, e já não vi o terceiro a nascer, sendo o último preto (fui ontem lá a casa vê-los).

Apesar daquele momento nojento, e de dar uma pena enorme ver a gatinha a sofrer com as contracções, é um momento lindo! Ver aqueles seres tão pequeninos e frágeis nascer, e ela a cuidar logo deles, mal saiam. Lambendo-os com todo o carinho, não saindo da beira deles por um único momento, protegendo-os.
Ser mãe deve ser um acto maravilhoso, não só para nós, seres humanos, mas também para os animais. Cuidar de quem surgiu de dentro de nós, proteger aqueles seres tão pequeninos dos perigos.

Ela é uma gata muito meiguinha. Ao contrário do que acontece com muitas, ela não se importa que mexamos nos gatinhos dela e peguemos neles. Pelo contrário, ela ronrona toda contente. 
Acho que gosta de ver de que nós gostamos dos seus gatinhos, tal como gostamos dela, e que confia em nós.
Se cuidamos bem dela, cuidaremos também bem dos seus gatinhos. Acho que é isto que ela pensa e que faz com que os confie a nós, sem soltar um único miado. Mas claro, os gatinhos querem é a mãe e, se miarem quando estão nas nossas mãos, ela sobressalta-se logo e quê-los junto dela.
Uma mãe galinha, está-se mesmo a ver! :b

O pior disto tudo é que, daqui por um mês, os gatinhos ser-lhe-ão retirados, para dar.
É uma pena, e acho que ela vai ficar triste, vai sentir falta dos seus gatinhos, mas o meu padrinho não quer tantos gatos. E percebe-se. 
Ele tem tido um azar do caraça com os gatos. Já teve mais de 10! Este está-se a vingar, e já teve gatinhos e tudo.

Eu já arranjei uma pessoa para ficar com um gato. Os outros dois não sei se ele arranjará. Se não aparecer ninguém, eles vão levá-los ao veterinário e ver se eles ficam com eles. Não os vão matar ou abandonar, não é?
E depois a gata será capada. 

Adoro aquela gata, tanto quanto gosto do meu, e espero que esta sobreviva, e que viva por muitos anos naquela casa!


O primeiro gatinho

O segundo gatinho

*Sheila


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