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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ainda vou ganhar medo e não querer mais conduzir

Hoje foi dia de fazer a viagem de regresso a Castelo Branco.
Saí de casa mais tarde que o costume, mas, como estava a chover, o meu pai até nem ia muito de força, ia a andar normalmente, coisa rara.
Mas esta coisa rara, ainda bem que sucedeu.

Em terras gaienses, hoje foi uma tarde de chuva. As primeiras chuvas, como se costuma chamar, e que fazem com que as estradas fiquem mais perigosas, mais escorregadias.

Estávamos nós a dirigirmo-nos para o Porto, para me irem levar à estação dos autocarros quando, numa rotunda em Gaia (aquela à beira do McDrive), o meu pai perde o controlo do carro. Provavelmente por ter apanhado óleo. 
O meu pai virou as rodas no sentido oposto em que a traseira do carro começou a andar, e tentou travar, mas nada impediu que o nosso boguinhas continuasse a fazer o seu pião, em plena rotunda. As rodas da frente foram com velocidade suficiente para subir a guia da rotunda, mas a roda traseira, como bateu de lado, parou. Foi a bela de uma volta de 360º que me deixou em pânico! Quando o carro estava praticamente estabilizado, desatei a chorar, e sufocar. Queria respirar e não conseguia. 
Juro, pensei o pior, Pensei que iríamos bater em algum carro, ou que o nosso ia bater na guia e virar, ou então que não parasse de todo. E depois pensava que era tarde e não tínhamos tempo para acidentes, porque eu tinha um autocarro para apanhar.
Ainda por cima, aquela rotunda está sempre com muitos carros, e costumamos ter sempre algum nas faixas ao nosso lado. Hoje, por milagre, além do meu pai ir a conduzir como um condutor exemplar, não estava qualquer tipo de carro à nossa beira. Foi um azar repleto de sorte. De muita, muita sorte mesmo! E o boguinhas não ficou com nenhuma marca. 
Subida a rotunda e o carro estabilizado (sim, ficamos mesmo em cima da rotunda. Quem viu lá só o carro e não viu o que se passou, deve ter achado que éramos doidos. Ainda por cima virados em sentido contrário), o meu pai mete a marcha atrás, sai lá de cima, e continua o percurso, comigo atrás a tentar acalmar-me, a tentar respirar e parar de chorar.
A minha mãe diz que ele ficou branco. Apesar de toda a calma que ele demonstrou ter, tal como eu, também deve ter pensado o pior.
Já a minha mãe, só estava preocupada comigo, a mandar-me beber água e respirar, e a perguntar se me tinha magoado.
Aquilo pareceu tudo em tão câmara lenta... deu tempo para o meu pai dizer "Oh, fodasse", a minha mãe dizer algo do carro e o meu pai "o carro não vira, não posso fazer nada". E foi deixar-nos ver tudo andar à nossa voltar, enquanto ele continua a sua volta de 360º que nós não podíamos parar.


E o carro ficou no sítio das letras, lá em cima da rotunda, virado em sentido contrário

Se me custou vir para cá hoje? Custou. Hoje nem tive que estar lá à espera do autocarro nem nada. E vim a tremer. E ainda com vontade de chorar. E apanhei um susto dos diabos! 
Já sei que não foi anda demais, que acontece a todos, e que nada de grave aconteceu, ninguém se magoou, nem houve estragos, mas eu, apesar de gostar de sentir adrenalina com coisas radicais, não gosto nadinha desta adrenalina. 

Mas no meio do azar, tivemos uma sorte dos diabos! Mil anjinhos deviam estar ali connosco.

Desde que vim para CB que os sustos têm sido muitos. Mas devo ter um anjinho qualquer a não querer que vá desta para melhor. Ou que vá fazer uma visita ao hospital. E eu agradeço.
Apesar de tudo, sabe bem viver. Com as minhas dores, problemas e mazelas, mas sem acidentes nem coisas graves.


E o boguinhas continua impecável! Grande carro!! Velhinho, mas bom!

E assim continuarei vivendo, com mais um susto para a conta...

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