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terça-feira, 5 de maio de 2015

Enterro do caloiro: o lado bom e o lado mau

Estive a ponderar se devia de escrever sobre isto ou não e... porque não?

Quinta-feira passado foi o enterro do caloiro aqui em CB. 
Isto consiste em fazer-se uma espécie de cortejo, em que cada escola leva um veículo com o álcool e os caloiros vão atrás, vestidos de preto, mas indo de acordo a um tema.
E todos os alunos se juntam à festa.

Há escolas que, não havendo dinheiro para mais, levam somente uma carrinha. Mas há outras que levam um camião, ou um camião TIR, e que levam também colunas e DJ's. Como é o caso da minha escola. E como temos DJ's, nem sequer precisamos de gastar dinheiro a contractar.




Eu adoro o enterro! Divirto-me imenso! É uma tarde para descontrair e divertir. E claro que não sou diferente dos outros e que também bebo, o que me ajuda a libertar-me mais e divertir mais, e a curtir mais a música.
Saiu de casa munida de garrafas com álcool (claro), caneca, água, açúcar e comida.
Quando começo a ver que estou a ficar demasiado alegre e que os movimentos bruscos ou baixar-me me deixam sem desequilíbrio, é hora de parar de beber e enfardar. (este ano só coloquei açúcar debaixo da língua. Não comi, por acaso). E nesta altura começam as minhas constantes idas aflitivas para a casa de banho. Devo de ir umas 5 vezes no espaço de uma hora!
As filas nos cafés tornam-se enormes! Tenho pena das pessoas que lá trabalham nesses dias.

O problema é que, ao contrário de mim, há pessoas que simplesmente bebem, se deixam ir pela festa, e esquecem de comer, beber água, o que for. É só bota para baixo. E, quando dão por ela, já estão caídos num canto qualquer.

No meu ano de caloiro, uma rapariga foi atropelada pelo nossa camião TIR. meteu-se à frente da roda, e era um ângulo morto para o condutor (mas ela ficou bem).
Desde aí que a minha escola tem tido imenso cuidado e faz uma espécie de cordão à volta a afastar as pessoas.
Ao início está tudo bem, não há problema, mas quando chegámos à última avenida, já ninguém tem noção do perigo e já mal se equilibram. Nessa altura eu já estava melhor, e quando vi que eles estavam a começar a ficar à rasca, fui ajudá-los a afastar as pessoas. E houve um gajo que não sei o que se passou pela cabeça dele, que quando sentiu a minha mão na cintura dele a afastá-lo gentilmente (ser bruto nesta altura dá mau resultado), resolveu agarrar-me e começar a puxar-me pelo braço. Mas vá, livrei-me dele.

Já na meta final, quando o camião estava a encostar, chegam com uma colega minha desmaiada. Lá vou eu, munida de açúcar e água. Açúcar debaixo da língua, água na cara, e ela lá começou a reagir e acordou.

Nisto vêem-nos chamar, a dizer que encontraram uma rapariga sozinha, que não está bem, e que diz ser da nossa escola. Eles ficaram a tomar conta da minha colega, e lá fui eu ver da rapariga. Tremia, chorava e não falava. Um rapaz depois aproximou-se e esteve comigo a tentar ajudá-la, mas nada resultava. Pegamos nela e levámo-la para a beira de algum pessoal para ver se a reconheciam, mas os tremores eram cada vez mais. Deitámo-la no chão e aí ela teve um ataque de convulsões. Foi a loucura. Eu não sabia o que fazer, quem sabia a tentar ajudar, e mais umas 20 pessoas à volta a mandar palpites. A ambulância que nunca mais vinha, e a polícia que não ajudava a dispersar. Lá pedi ajuda a umas raparigas, e mais um cordão. A polícia só pediu para dispersar quando a ambulância chegou. Enfim.
No meio disto tudo, apareceu uma rapariga que pelos vistos a conhecia. E queria ligar para os pais dela. Consegui persuadi-la a não o fazer, porque só os ia preocupar e eles nada podiam fazer. O melhor era aguardar pela ambulância, e depois lá se ligava, porque, naquele momento, era só disso que ela precisava. Depois disto, a rapariga desapareceu e nunca mais ninguém a viu. Os bombeiros queriam alguém que a conhecesse e nada.

Não percebo como é que esta gente sai assim para beber, não comem, bebem feitos perdidos, e depois se deixam ficar assim sozinhos. E quem são os "amigos" que abandonam assim um amigo, num cortejo, e bêbado? Amigos o tanas! Amigos assim não são precisos!
Olhem que mesmo quando eu me afastei das minhas duas acompanhantes para ir ajudar, elas andavam sempre a ver por onde eu andava. Isto sim, são amigos!
Ela devia repensar as companhias, devia...

Muita gente acha que foi um ataque de epilepsia, e se calhar até é melhor. Nunca pensei que uma pessoa com excesso de álcool pudesse chegar a este estado.

Tirando isto, diverti-me muito! 
Foi o último! Sou FINALISTA!! Yupiiiiiiiiiiiiiiii!!!!
E será uma GRANDE enterro para recordar!! :D


P.S.: Vocês que também gostam de participar, bebam, divirtam-se, mas controlem-se! E sigam os conselhos que para aqui dei. Não queiram acabar a fazer figuras, nem caídos num canto à espera da ambulância. Pior ainda, esperá-la, em mau estado, e com desconhecidos.

P.S2: Enquanto as minhas colegas me esperavam num banco, enquanto eu andava feita barata tonta, uns rapazes foram para a beira delas, e tive um deles a chamar por mim, aos berros! Coitadinho, estava tão aflita com a rapariga que o ignorei. Agora arrependo-me, como sempre. Podia ter socializado. Nunca socializo. Nunca conheço gente nova. Sou uma tristeza...

P.S3: Tiveram paciência para isto tudo? Admiro-vos! :')

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