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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Será que não percebem que as coisas não estão a funcionar e que está na hora de mudar a estratégia?

A família da parte da minha mãe é algo que me passa completamente ao lado. Alguns já não os vejo há anos, outros nem os conheço, e só há uma tia que vou vendo de vez em quando. É por ela que vamos sabendo dos restantes. Por ela, ou pelas suas páginas no facebook.

E ontem fiquei a saber que tenho uma tia minha internada no Magalhães Lemos, aqui no Porto. O hospital de referência da Região Norte em cuidados de psiquiatria e de saúde mental.
E porquê que ela está lá? Porque já se tentou matar 4 vezes! Só este mês, parece que já vai na segunda tentativa. E já tentou outras duas vezes na Suíça (país onde está emigrada e onde já teve internada).

Para além deste caso tenho conhecimento de outro, um conhecido da família que é emigrante em França, que, devido a vários problemas, coisas chocantes, que lhe aconteceu na vida, e por causa de coisas que ele meteu na cabeça sobre a mulher, também já andou a fazer disparates. Desde de tentar forçar a mulher a ter relações, a fazer cenas, a faltar ao trabalho para se embebedar.
E eles lá o internam, mas passado uns dias lá o mandam de novo embora e a saga continua.

Este são dois casos de problemas mentais próximos que, pelo que vejo, apesar de vários internamentos, nada é resolvido. E eu pergunto-me como é que isto é possível!
Não vêem que uns dias não basta? Que precisam de estar mais tempo internados e de um tratamento mais profundo? É que não é só uma vez. São incidências, atrás de incidências, em que nada fica resolvido.


No caso da minha tia, estão à espera de quê? Que ela fique em coma ou se mate de uma vez para a manter internada e sobre vigilância como deve ser?
E o rapaz? Estão à espera que ele faça mal a alguém para o internar? Que faça mal aos filhos, à mulher, ou a ele próprio? É que ele tem 3 filhos, o mais velho com 9 e o mais novo com 2 anos. Acham que isto é saudável para eles?

Mas estão à espera de quê para agir como deve ser? Depois admiram-se que haja suicídios e que haja homicídios.
"homem mata mulher", cabeçalho gigante no jornal. Normal, não? Se sabem que ele não está bem da cabeça e mesmo assim o mandam para cá, estejam à espera de quê? Que ao fim de 8 dias no hospital e após passar a entrada do hospital que tudo passe?

A minha tia tem que ter alguém, 24 sobre 24 horas em cima dela. Como conseguem? Ela apanha as pessoas a dormir e faz asneiras. Ou tranca-se na casa de banho. Que hão-de fazer eles? Deixar as suas vidas para andarem com uma trela atrás dela? Até eles ficam doentes! E depois deixa de ser só ela...


Acho que estas coisas de psiquiatria está a funcionar muito mal. Não só em Portugal, mas em todos os países. Não cabe na cabeça de ninguém saber que as pessoas têm problemas mentais e que não estão bem, mas que, mesmo assim, após 8 dias de internamento, já estão a mandá-los embora.
Eles não se curam por milagre! E as pessoas ao seu redor precisam de trabalhar para comer. E não podem viver com medo, a dormirem com um olho aberto e outro fechado senão, daqui a uns tempos, até elas já estão a bater mal e a ficarem malucas!!
Não acham que está na hora de rever estes tratamentos e de começarem a fazer as coisas como deve ser? De investirem em psiquiátricos como deve ser, que os avaliem durante um longo período de tempo até garantirem que eles estão realmente bem, antes de os deixarem ir embora?

Isto não em cabe na cabeça...



(as imagens que aqui coloquei são da 4ª temporada da série Skins. Effy Stonem começa a ter problemas mentais, um acumular de várias coisas, incluindo uma família disfuncional, e tenta suicidar-se várias vezes. Até que corta os pulsos e é internada. E está imenso tempo internada, seguida por um psiquiatra, que só a deixa vir embora quando garante que ela já está bem. Coisa que não acontece nos casos que aqui falei.)

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