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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Residência Universitária - parte 2

E continuo a dizer que morar numa residência só é giro nos filmes.
Aqui ouve-se tudo e mais alguma coisa!
É os dos quartos do lado e de cima a abrir os gavetões, arrastar cadeiras e a caminhar (mais os de cima que os do lado), a descarga da casa de banho que se deve ouvir pela residência toda. E quando alguém está na casa-de-banho, os que estão nos quartos daquela célula ouvem tudo, ou quase tudo.
O meu quarto fica por cima da sala de estudo, por isso, quando chega a parte das noitadas e eles ficam lá a trabalhar até às tantas, coma música alta ou a falarem alto, sim, eu ouço-os no meu quarto. E se eu for para junto da sanita, ouço tudo o que dizem na perfeição!
O meu quarto também está virado para a entrada, ou seja, ouço sempre o "pi" do cartão de entrada a passar e a porta a bater. E depois há aqueles que se esquecem que já é de madrugada e que há gente a dormir, e se põe a falar ou na brincadeira na entrada. A falar alto e coisas que tal.

Outro mal, é dividir quarto com pessoas que não conhecemos, e que têm hábitos e horários diferentes de nós. Uma pessoa quer dormir, a outra não. Uma tem que fazer noitada a trabalhar, a outra está cansada e só quer tudo apagado para poder dormir, etc.
E depois há que coordenar muito bem os banhos, de manhã, para não irmos todas, ao mesmo tempo, para a casa-de-banho.

Eu detesto ter de comer sozinha, e aqui é outra coisa que acontece. Acabamos a comer todos sozinhos, solitários em meses que dão para 4 pessoas.
E depois há aqueles dias em que queremos uma mesa para comer, e estão todas ocupadas. Lá temos nos que pedir, timidamente, a alguém, se se importa que nos sentemos juntos deles. E depois estão duas pessoas completamente desconhecidas, caladas, cada uma fixa no seu prato, a comerem, solitárias e envergonhadas.

A vantagem da residência é que, quem tem bolsa, não a paga, porque a acção social, ao valor da bolsa, acrescentam a mensalidade da residência.

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